Ricardo Legorreta


Até para um daltônico é impossível não se emocionar com a obra de Legorreta. A simplicidade com que ele trabalhava as cores, a profunda relação com suas origens e a pureza plástica dos volumes tornam difícil comparar seu trabalho com qualquer outro. Talvez apenas com seu mestre Barragán. Grande perda para a arquitetura mexicana e mundial.

Um poeta das cores.


Arquiteto falece aos oitenta anos de idade

Retirado de http://www.vitruvius.com.br

Mestre da arquitetura mexicana deixa obra de mais de cem projetos construídos

O arquiteto mexicano Ricardo Legorreta Vilchis (Cidade do México, 7 de maio de 1931) morreu no dia 30 de dezembro de 2011 aos oitenta anos de idade, conforme informou o Conselho Nacional para a Cultura e as Artes – Conaculta.

Legorreta, um dos criadores mais representativos da atual arquitetura mexicana, se formou em 1953 na Escola Nacional de Arquitetura da Universidad Nacional Autónoma de México – UNAM. Destacou-se como chefe do ateliê de José Villagrán García, de quem se tornou sócio entre 1955 e 1960. Em 1960, fundou o escritório Legorreta Arquitectos com Noé Castro e Carlos Vargas. Projetou até o final da vida no escritório Legorreta+Legorreta, com a colaboração de Noé Castro, Víctor Legorreta, Miguel Almaraz y Adriana Ciklik.

Sua arquitetura se caracteriza por muros coloridos, gelosias e pátios, onde se combina o novo e o tradicional, implantando-a harmonicamente em seu contexto. Entre suas obras figuram a fábrica Automex Chrysler (Toluca, 1964), a fábrica IBM (Guadalajara, Jalisco, 1975), a fábrica Renault (Durango, 1984), o Museu de Arte Moderna – MARCO (Monterrey, 1988), a catedral de Manágua (1993) e a renovação da Praça Pershing (Los Angeles, Califórnia, 1993).

O Hotel Camino Real de Polcanco, no Distrito federal, é um de seus trabalhos emblemáticos. O projeto lhe foi encomendado em 1968 e tornou-se uma das obras mais importantes no âmbito do turismo na Cidade do México de então. Mediante espaços agradáveis e cálidos, Legorreta propôs um desenho que expressa a cultura mexicana moderna.

O arquiteto desenvolveu uma frutífera obra ao estabelecer um escritório nos Estados Unidos. Ali concebeu o Children’s Discovery Museum (San José, Califórnia, 1989), a urbanização e vários edifícios (Solana, Texas, 1985-1988, em colaboração com Romaldo Giurgola), além de diversas habitações unifamiliares.

Parte de seu trabalho se relacionou com edificações escolares, destacando-se as bibliotecas de Monterrey e da Cidade das Artes (México, 1994), e San Antonio Texas e Chula Vista (Califórnia, Estados Unidos, 1995).

Ao longo de sua trajetória recebeu diversos reconhecimentos e distinções, dentre eles o Doutorado Honoris Causa da UNAM e o Prêmio Imperial das Artes pelas mãos do Imperador do Japão em 2011, o Prêmio Nacional de Arquitetura (México, 2009), o Prêmio Beethoven de Criatividade Arquitetônica nas Américas, a Medalha Anáhuac em Arquitetura da Universidade Anáhuac e o Prêmio Internacional da Sociedade de Arquitetos Americanos Registrados SANA (todos em 2007), a Medalha de Ouro da Federação Panamericana de Associações de Arquitetos em 2005, a Medalha de Ouro da UIA – União Internacional de Arquitetos e a Medalha de Ouro do AIA – Instituto Americano de Arquitetos em 1999.

Recentemente participou no projeto de manutenção e conservação para o Centro Nacional das Artes (Cenart) da Conaculta, no qual era responsável pela coordenação dos novos trabalhos de preservação e conservação deste espaço de formação artística. A Praça Central, situada na frente da Biblioteca das Artes, receberá o nome do arquiteto Ricardo Legorreta.

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